Ricardo
Reis é
um dos três heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa,
tendo sido imaginado de relance pelo poeta em 1913 quando lhe veio à ideia
escrever uns poemas de índole pagã. Nasceu no Porto, estudou num colégio
de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico,
expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no Brasil.
Era latinista por formação clássica e semi-helenista por autodidactismo.
Na sua biografia não consta a sua morte, no entanto José Saramago faz
uma intervenção sobre o assunto em seu livro O Ano da Morte de Ricardo
Reis, situando a morte de Reis em 1936.
Segue
o Teu Destino
Segue
o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-proprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-proprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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