quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Biografia de José Saramago


José Saramago nasceu na Azinhaga, aldeia ribatejana (Golegã), em 16 de novembro de 1922. Em Lisboa, fez estudos secundários (liceal e técnico) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir, compensando o facto com a sua condição de assíduo leitor da Biblioteca do Palácio das Galveias, atividade a que dedicava as horas pós-laborais.
O seu primeiro emprego foi de serralheiro mecânico nas oficinas do Hospital Civil de Lisboa, em cujos serviços administrativos viria, mais tarde, a ocupar um cargo. Entre as diversas atividades profissionais que exerceu, contam-se as de desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor e jornalista.
Publicou o seu primeiro livro, o romance Terra do Pecado, em 1947.
Como crítico literário, colaborou na revista Seara Nova, pertencendo, entre 1972 e 1973, ao corpo redatorial do jornal Diário de Lisboa.
Fez parte da primeira direção da Associação Portuguesa de Escritores, tendo sido, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em abril de 1975, foi nomeado diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias, vindo a ser destituído do cargo na sequência do 25 de novembro.
Na situação de desemprego, toma uma das mais importantes decisões da sua vida: dedicar-se exclusivamente à escrita, passando a viver, a partir de 1976, exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor.
É Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Turim (Itália), 1991, de Sevilha (Espanha), 1991, e de Manchester (Inglaterra), 1994. É ainda membro Honoris Causa do Conselho do Instituto de Filosofia do Direito e de Estudos Histórico-Políticos da Universidade de Pisa (Itália), membro da Academia Universal das Culturas (Paris), membro correspondente da Academia Argentina das Letras e membro do Parlamento Internacional de Escritores (Estrasburgo).

Espaço físico Social e psicológico



Espaço Físico 
Menciona o local, ou locais, onde a acção se desenrola.
Quando o local em questão é um espaço amplo e definido em termos geográficos (país, região, oceano, etc.) prefere-se o termo espaço geográfico.
Num texto, o espaço físico é normalmente indicado através de referências físicas, que podem ou não ser ambíguas.
Pode ser ainda mais especificado de acordo com os seguintes binómios:
interior ou exterior
fechado ou aberto
privado ou público

Espaço Social e Espaço Cultural
Caracteriza o meio social, económico, ideológico e cultural em que as personagens se inserem.
Define as classes e grupos sociais das personagens através das suas mentalidades, costumes, crenças, valores, tradições e posição na sociedade.
Embora muito próximos e, geralmente, apresentados no texto através de indicações em comum ou relacionadas entre si, o termo espaço social refere especificamente o ambiente social e financeiro, enquanto que o termo espaço cultural refere especificamente o ambiente cultural.

Espaço Psicológico
Caracteriza o modo como cada personagem experiencia um dado espaço físico.
Define os sentimentos de cada personagem face a um local.
No fundo, o espaço constitui todo o cenário onde a acção se irá desenrolar.

Elementos Simbólicos em Memorial do Convento


Os elementos simbólicos em Memorial do Convento são predominantes.

Título - relato de memórias; feitos memoráveis

Passarola - o sonho de voar; a leveza; a superação da condição humana

Convento e "mãe da pedra" - representa a opressão dos pobres, por parte dos poderosos; o peso da condição humana

Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas - são personagens heróicas e ligam-se os dois simbolizando o verdadeiro amor e a sua plenitude; a totalidade e a perfeição. Simbolicamente, este casal guardará os segredos dos oprimidos. Vivem um amor sem regras, natural e instintivo, ao contrário dos reis. Estão associados à simbologia da Lua e do Sol. O amor vivido entre estas personagens faz um contraste com o "amor" que é vivido entre os Rei e a Rainha.


A música - Scarlatti representa simbolicamente o transcendente que advém da música e que, ligado à clarividência de Blimunda, instaura o domínio do maravilhoso na obra.

As vontades - significam que as vontades dos homens, unidas, serão capazes de vencer a ignorância, o fanatismo, a intolerância, libertando o homem, projectando-o para uma novidade e abrindo-lhe perspectivas de um mundo diferente.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Linguagem e estilo de José Saramago


Ruptura com a norma linguística no que respeita à pontuação: no discurso directo á abolido o uso da vírgula e dos dois pontos, sendo substituído pelo ponto de interrogação e outros sinais de pontuação, marcandosse o início de cada fala apenas pelo uso da maiúscula inicial;
o uso da vírgula é o sinal mais importante: separa as várias falas da personagem e marca os momentos da enumeração;
coexistência de várias modalidades discursivas tais como a narração, a descrição, o discurso directo e indirecto, discurso indirecto livre, o monólogo interior e apartes;
interpelações directas ao leitor criando um ambiente de cumplicidade entre o narrador e o leitor;
uso predominante do presente do indicativo;
uso do polissíndeto (letra e)
uso da enumerção;
aproveitamento de provérbios e aforismos;
uso de trocadilhos;
uso da ironia;
presença da metáfora sugestiva;
jogo de expressões antinómicas;
uso de uma linguagem barroca devido ao carácter detalhado da escrita;
criação de neologismos;
uso de termos anacrónicos (palavras antiquadas).

Categorias da Narrativa



Narrador

Presença
Autodiegético - quando é personagem principal.
Homodiegético - quando é personagem secundária.
Heterodiegético - quando é uma personagem exterior à acção.
Ciência
Omnisciente - quando sabe os pensamentos das personagens.
Não omnisciente - quando desconhece os pensamentos das personagens.
Posição
Subjectivo - quando apresenta comentários.
Objectivo - quando narra a história sem dar a sua opinião.

Ação

Relevo:
Central - constituída pelos acontecimentos principais.
Secundária - constituída pelos acontecimentos menos relevantes.
Estrutura:
Encadeamento - as sequências encontram-se ordenadas cronologicamente.
Encaixe - uma sequência é encaixada dentro de outra.
Alternância - várias sequências vão sendo narradas alternadamente.
Momentos:
Situação inicial - introdução, onde se apresentam as personagens etc.
Peripécias ou ponto culminante - desenrolar do enredo, conduzindo ao desenlace.
Desenlace - conclusão.
Delimitação:
Aberta - o desfecho da história fica em suspenso.
Fechada - o desenlace é definitivo, conhecendo-se o destino de todas as personagens.
1-narracão-o narrador 
2-discricão-o narrador 
3-dialogo-as personagens

Personagens

Relevo:
Principal - papel preponderante, no qual é o centro da acção.
Secundária - papel de menor relevo, auxiliando a personagem principal.
Figurantes - não intervêm directamente na acção, servem como uma "decoração".
Composição:
Modelada ou redonda - comportamento altera-se ao longo da acção.
Plana - mantém sempre o mesmo comportamento.
Tipo - representa uma estrutura social ou um grupo.
Processo de caracterização:
Directa -
autocaracterização - feita pela própria personagem.
heterocaracterização - feita pelo narrador ou outra personagem.
Indirecta - deduzida pelo leitor.

Tempo

Cronológico - sucessão cronológica dos acontecimentos
Histórico - corresponde à epoca ou ao momento em que decorre a acção.
Psicológico - tempo vivido pela personagem, de acordo com o seu estado de espirito.
Do discurso - corresponde ao tempo em que a história é escrita.

Espaço

Físico- lugar onde se desenrola a Ação.
Social - meio ambiente onde a acção decorre.
Psicológico - refere-se ao interior das personagens.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

-D.João V (personalidade histórica)



Filho de D. Pedro II e de Maria Sofia de Neubourg, foi aclamado rei em 1707. 
Quando inciou o reinado, estava-se em plena Guerra da Sucessão de Espanha, que para Portugal significava o perigo da ligação daquele país à grande potência continental que era a França. No entanto, a subida ao trono austríaco do imperador Carlos III, pretendente ao trono espanhol, facilitou a paz que foi assinada em Utreque, em 1714. Portugal viu reconhecida a sua soberania sobre as terras amazónicas e, no ano seguinte, a paz com a Espanha garantia‑nos a restituição da colónia do Sacramento. 
Aprendeu D. João V com esta guerra a não dar um apreço muito grande às questões europeias e à sinceridade dos acordos; daí em diante permaneceu inalteravelmente fiel aos seus interesses atlânticos, comerciais e políticos, reafirmando nesse sentido a aliança com a Inglaterra. Em relação ao Brasil, que foi sem dúvida a sua principal preocupação, tratou D. João V de canalizar para lá um considerável número de emigrantes, ampliou os quadros administrativos, militares e técnicos, reformou os impostos e ampliou a cultura do açúcar. Apesar disso, Portugal entra numa fase de dificuldades económicas, devidas ao contrabando do ouro do Brasil e às dificuldades do império do Oriente. 
A este estado de coisas procura o rei responder com o fomento industrial, mas outros problemas surgem, agora de carácter social: insubordinação de nobres, quebras de discipliana conventual, conflitos de trabalho, intensificação do ódio ao judeu. Por outro lado, o facto da máquina administrativa e política do absolutismo não estar de maneira nenhuma preparada para a complexidade crescente da vida da nação, só veio agravar as dificuldades citadas. 
Culturalmente, o reinado de D. João V tem aspectos de muito interesse. O barroco manifesta-se na arquitectura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. No campo filosófico surge Luís António Verney com o Verdadeiro Método de Estudar e, no campo literário, António José da Silva. É fundada a Real Academia Portuguesa de História e a ópera italiana é introduzida em Portugal.

Bibliografia de José Saramago


"Terra do Pecado"
(Romance) 1947
"Os Poemas Possíveis"
(Poesia) 1966
"Provavelmente Alegria"
(Poesia) 1970
"Deste Mundo e do Outro"
(Crónicas) 1985
"A Bagagem do Viajante"
(Crónicas) 1973
"As Opiniões que o DL teve"
(Crónicas) 1974
"O Ano de 1993"
1987
"Os Apontamentos"
(Crónicas) 1976
"Manual de Pintura e Caligrafia"
(Romance) 1977
"Objecto Quase"
(Conto) 1978
"A Noite"
(Teatro) 1979
"Poética dos Cinco Sentidos (O Ouvido)"
(Ensaio) 1979
"Levantado do Chão"
(Romance) 1980
"Que farei com Este Livro?"
(Teatro) 1980
"Viagem a Portugal"
(Viagens) 1980
"Memorial do Convento"
(Romance) 1982
"O Ano da Morte de Ricardo Reis"
(Romance) 1986
"A Jangada de Pedra"
(Romance) 1986
"A Segunda Vida de Francisco de Assis"
(Teatro) 1987
"História do Cerco de Lisboa"
(Romance) 1989
"O Evangelho Segundo Jesus Cristo"
(Romance) 1991
"In Nomine Dei"
(Teatro) 1993
"Ensaio Sobre a Cegueira"
(Romance) 1995
"Cadernos de Lanzarote (1993-1995)"
(Diário) 1997
"Cadernos de Lanzarote I"
(Diário) 1994
"Cadernos de Lanzarote II"
(Diário) 1995
"Cadernos de Lanzarote III"
(Diário) 1996
"Todos os Nomes"
(Romance) 1997
"Cadernos de Lanzarote IV"
(Diário) 1998
"Cadernos de Lanzarote V"
(Diário) 1998
"O Conto da Ilha Desconhecida"
1998
"A Estátua e a Pedra"
(Texto de encerramento de um convénio na Universidade de Turim, "Diálogos sobre a Cultura Portuguesa. Literatura-Música-História")
"Discursos de Estocolmo"
1999
"Folhas Políticas (1976-1998)"
1999
"A Caverna"
(Romance) 2000
"A Maior Flor do Mundo"
(Conto) 2001
"O Homem Duplicado"
(Romance) 2002
"Ensaio Sobre a Lucidez"
(Romance) 2004
"Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido"
(Teatro) 2005
"Poesia Completa"
(Poesia) 2005
"As Intermitências da Morte"
(Romance) 2005
"As Pequenas Memórias"
2006
"A Viagem do Elefante"
(Romance) 2008
"O Caderno"
(Textos escritos para o blogue. Setembro de 2008 a Março de 2009) 2009
"Caim"
(Romance) 2009
"O Caderno 2"
(Textos escritos para o blogue. Abril de 2008 a Novembro de 2009) 2009